No dia 15 de julho a CIC Teutônia promoveu mais uma edição do tradicional Almoço Empresarial. Tendo por local o Auditório 03 da entidade, o evento tratou da “Logística reversa de embalagens – como colocar em prática”, com relato de experiência da Tetra Pak. Na oportunidade esteve conversando com os empresários teutonienses a gerente de desenvolvimento ambiental da Tetra Pak, Juliana Seidel, que abordou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, responsabilidade compartilhada, logística reversa, acordo setorial e reciclagem de embalagens cartonadas da Tetra Pak.
“As forças globais estão mudando o ambiente de negócios e aumentando o espaço para sustentabilidade, aliado ao crescimento populacional, à escassez de recursos e às mudanças climáticas. Considerando a realidade atual, o ambiental e o social devem se somar ao econômico nas nossas discussões em negócios”, frisou Juliana, apresentando exemplos da destinação de resíduos nos Estados Unidos e na Europa, considerando aterros sanitários, incineração, reciclagem e compostagem, num comparativo com a realidade nacional. “No Brasil, 58% da destinação final de resíduos são os aterros sanitários, enquanto que na comunidade europeia esse índice é de 34%”, apresentou.
Reciclagem
Juliana defendeu a reciclagem. “Precisamos pensar, estimular e organizar as atividades de reciclagem. Por isso começamos a discutir a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Essa discussão não é nova, com Projeto de Lei apresentado ainda em 1989. Ao longo dos anos, novas tecnologias e formas de trabalho foram se consolidando. Também surgem as figuras dos catadores de materiais recicláveis, que enxergam como matéria-prima o que é resíduo para algumas pessoas. Esses catadores começam a se organizar em cooperativas, a entidade começa a comercializar esses materiais recicláveis, e então precisamos dar andamento ao processo de responsabilidade compartilhada”, comentou.
A palestrante reafirmou a necessidade de pensarmos no ciclo de vida dos produtos, indo além da mera preocupação com o resíduo final, iniciando pela origem, com o uso de recursos naturais para a sua fabricação. “No processo de gerenciamento, o primeiro passo seria não gerar resíduos. A partir disso, a redução. Quando possível, reutilização e reciclagem. Depois disso, o tratamento dos resíduos sólidos e, por fim, a disposição final ambientalmente adequada, com o envio de pequenas quantidades para aterros sanitários.”
No processo de responsabilidade compartilhada entre os setores, a gerente de desenvolvimento ambiental da Tetra Pak salientou o envolvimento do poder público, da coletividade e do meio empresarial. “O cidadão deve participar dos programas e cada um deve fazer a sua parte. Está nas mãos do consumidor o futuro da embalagem a partir do momento em que ele compra o produto. O consumidor escolhe participar de programas da prefeitura ou das empresas. A responsabilidade compartilhada requer o engajamento dos diferentes elos da cadeia, com compromisso para que os objetivos sejam alcançados”, resumiu.
Case
Por fim, Juliana apresentou o case da Tetra Pak, empresa líder mundial em soluções para processamento e envase de alimentos, presente em mais de 170 países, com foco nos seus programas ambientais e ações com catadores, associações e cooperativas do ramo. “É importante que os consumidores saibam que a embalagem da Tetra Pak é reciclável, e existe um comércio deste material para a indústria recicladora”, frisou, apresentando tecnologias de reciclagem, produtos e aplicações dos materiais reciclados. Entre esses, destaque para a produção de pellets, com aplicação na fabricação de paletes plásticos, pisos desmontáveis, brindes promocionais, peças rotomoldadas, vasos e vassouras, placas e telhas
Nesse contexto recebeu destaque a Rota da Reciclagem, georeferenciamento da cadeia de reciclagem no Brasil, que em 2014 registrou 1.250 cooperativas, 1.639 comércios e 1.940 pontos de entrega voluntária (www.rotadareciclagem.com.br); e o trabalho de educação ambiental, promovendo a conscientização da população acerca da reciclagem e coleta seletiva, por meio de programas desenvolvidos em escolas, informação à população e promoção de eventos culturais (www.culturaambientalnasescolas.com.br).
“São diferentes elos de trabalho, desenvolvendo a reciclagem como geração de emprego e renda, com um futuro melhor para todos nós. O trabalho de conscientização para separação do lixo deve ser permanente nas residências e nas empresas. Um programa ordenado permite melhores resultados. Todos precisamos fazer a nossa parte para que tudo funcione, não é um trabalho de responsabilidade de uma gestão pública, mas do município como um todo. É algo de longo prazo, que dá trabalho, mas precisamos ir em frente”, concluiu.
Texto: Ascom Teutônia