Prefeitos e secretários de quatro cidades da região reuniram-se na manhã desta quinta para debater atendimento de saúde na instituição
Prefeitos, secretários municipais e representantes de Santa Clara do Sul, Canudos do Vale, Sério e Cruzeiro do Sul reuniram-se na manhã desta quinta-feira (14) com a direção do Hospital Bruno Born (HBB), de Lajeado. O encontro teve por objetivo apresentar aos representantes municipais a situação financeira da principal casa de saúde da região, e também a proposta de reajuste para renovação do contrato de atendimento em urgência e emergência.
Os valores atuais dos municípios não são reajustados há 12 meses, mas estão em dia. O objetivo do HBB é atualizá-lo de forma a reduzir o déficit mensal do hospital, que já ameaça o funcionamento de alguns setores, melhorias e o pagamento de funcionários e serviços contratados. O prejuízo maior tem sido os atrasos dos repasses do Estado e a defasagem no pagamento de recursos federais.
“Neste momento é fundamental que pensemos no ‘ganha-ganha’: o hospital é uma instituição comunitária e não pode operar no vermelho. Precisamos chegar a um consenso que seja bom para ambos os lados”, argumenta João Batista Gravina, presidente do HBB.
Para zerar o déficit
Diretor Executivo da casa de saúde, Cristiano Dickel mostra preocupação com a situação financeira: “Tem piorado e não temos mais conseguido encaminhar as nossas referências para outras regiões, como Canoas, que tem três hospitais sob intervenção, e mais um em vias disso. Estes pacientes têm ficado aqui, e não podemos negar atendimento. Sabemos que é difícil acionar os municípios para pedir ajuda, mas precisamos juntos encontrar um modelo que seja bom para todos.”
Apesar de esta ter sido a primeira reunião entre prefeitos, secretários e HBB sobre o tema, as prefeituras já têm conhecimento das dificuldades desde o primeiro semestre do ano passado, quando começaram a receber o demonstrativo referente aos atendimentos realizados para estes municípios. A proposta de reajuste apresentada ontem detalha o custo por paciente e os valores para atendimentos individuais cirúrgicos e clínicos, e tem o objetivo futuro de zerar o déficit.
O hospital espera que os municípios se manifestem em até dez dias sobre a proposta, para que haja tempo hábil para a organização de fluxos de atendimento de ambas as partes.
Cobrança judicial
O diretor Técnico Fernando Bertoglio explica que as exigências de atendimento hoje são muito mais caras do que no passado, e é isso que leva ao déficit. “Vai chegar o momento em que andaremos para trás, fechando setores.”
O vice-presidente do Hospital Bruno Born, Marcos Frank, informa ainda que o HBB está preparando-se para judicializar a questão. “Não é possível gastarmos um valor e recebermos apenas metade como pagamento. Atendemos hoje além do que a lei determina, e chegamos em um ponto em que nosso sucesso é nosso problema: não deixamos de atender ninguém, mas não recebemos por isso.”
Assessoria de Imprensa do HBB