Com o objetivo de sensibilizar e estimular o jovem para o tema da sucessão rural, buscando o fortalecimento de sua atuação no campo, a Emater/RS-Ascar, a Comissão Regional de Jovens Rurais e o Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) realizaram na terça-feira (16/07), no salão da comunidade São João, o 4º Encontro Regional de Jovens Rurais do Vale do Taquari. Os objetivos do evento itinerante foram o de possibilitar a troca de experiências e a interação entre os jovens rurais do Vale do Taquari e promover a reflexão sobre a identidade cultural da juventude regional na percepção dos participantes.
Durante o Encontro houve apresentações artísticas, relatos de experiências, trabalhos e dinâmicas em grupo e visita à Barragem Eclusa, além de almoço de confraternização. A intenção, de acordo com a assistente técnica regional Social da Emater/RS-Ascar, Elizangela Teixeira foi a de sensibilizar o jovem com vistas a fortalecer a sua atuação no campo. “Nesses encontros sempre há a oportunidade de ouvir propostas, refletir a respeito de políticas públicas existentes e apontar possíveis encaminhamentos”, avalia.
Para o coordenador regional de Jovens Rurais do Vale do Taquari, Eduardo Werle, o jovem rural da atualidade se encontra diante de um desafio que está diretamente relacionado ao futuro: o de produzir alimentos, de preferência saudáveis, e de forma sustentável. “E é por isso que um encontro como este se justifica, uma vez que o jovem aqui presente reafirma seu compromisso na busca de conhecimento, na crença de uma agricultura familiar cada vez mais forte, que gere renda e qualidade de vida”, destacou.
Os relatos de experiências dos jovens Aline Sulzbach, de Bom Retiro do Sul, e Fábio Secchi, de Teutônia, foram ao encontro da fala de Werle. Aline reforçou a importância da tomada de decisões conjuntas na propriedade em que também trabalham os pais, mais dois irmãos e o marido. “Para nós é como se nós fôssemos uma empresa de fato, em que cada um tem a sua responsabilidade, mas sem ignorar o valor do respeito à individualidade de cada um “, enfatizou a agricultora.
Produtores de gado de leite e de corte, a família também oferece serviço de maquinário. “Penso que seja importante a diversificação, mas também o trabalho com foco, o que certamente facilitará o aumento dos índices de produtividade”, comenta. Prestes a se formar no curso de Agronegócio, Aline acredita que o sucesso da propriedade também esteja na mescla entre experiência e juventude. Como exemplo, cita a adoção de planilhas e um trabalho mais acentuado no que diz respeito à gestão da propriedade. “É dessa forma que nos profissionalizamos e, consequentemente, crescemos”, acredita.
Para Secchi, que trabalha com bovinocultura leiteira e avicultura, encarar a propriedade como um empreendimento jamais representa o abandono da “essência rural”. “Somos do interior, mas isso não quer dizer que não devemos encarar nossa atividade como um negócio que gerará renda e qualidade de vida”, sentencia. Sem abrir mão do conhecimento, Secchi é formado em Ciência e Tecnologia de Alimentos e a esposa Simone está prestes a se graduar em Administração. “A gente respeita a história de nossos pais, nossos avós, mas a gente sabe que sem conhecimento, sem tecnologia não chegaríamos até aqui”, pondera.
Além de casos de experiência o coletivo de jovens participou de trabalho em grupo em que foram respondidas perguntas orientadoras, na busca de identificar inspirações, anseios, preocupações e formas de resolver problemas, no campo. O evento contou ainda com a participação de autoridades, como os gerentes regional e adjunto da Emater/RS-Ascar, Marcelo Brandoli e Carlos Lagemann. Brandoli valorizou a atividade, que oportunizou um momento de reflexão e de discussão sobre aspectos que fazem o jovem permanecer na propriedade, como a qualidade de vida e a autonomia.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional Lajeado
Jornalista Tiago Bald