O município de Cruzeiro do Sul é conhecido pela sua produção de aipim em grande escala. O cultivo é tão destacado que junto com a Feira Comercial e Industrial da cidade – ExpoCruzeiro, também é realizada a Festa do Aipim. Boa parte dessa produção é destinada para Ceasa, em Porto Alegre.
Entre as características do cultivo da raiz está o trabalho que dá, principalmente no momento da colheita. O pé precisa ser arrancado para se ter acesso ao alimento. Essa tração é tradicionalmente realizada pelo produtor, sem qualquer tipo de equipamento.
O ex-funcionário público e morador da localidade Linha Primavera, Eugênio Pandolfo, 60 anos, também cultiva o aipim na chácara da família. Sua produção não é grande. Conforme ele, serve para o alimento da família e venda particular para alguns amigos. O ex operador de máquinas da Prefeitura revela que sempre foi ligado em questões que facilitassem o dia a dia de trabalho. “Até mesmo uma máquina que saiu zero da fábrica pode não ser ideal para o uso de duas pessoas diferentes. Sempre me preocupei com isso”, analisa.
Depois de se aposentar e ir viver na chácara, Pandolfo resolveu, entre outros, cultivar aipim. “No começo plantei cerca de 200 pés e hoje estou com cerca de 1,1 mil. Mas quando comecei a colher passei a ter muitas dores nas costas. Pensei, não adianta me aposentar e ficar passando trabalho para arrancar um simples pé de aipim. Depois de alguns estudos e utilizando madeiras, parafusos, arames e cordas que tinha em casa, aliado a um pouco de criatividade, montei um equipamento simples, que deu resultado positivo, mas ainda não o totalmente desejado. Depois de três melhorias e cerca de três meses de estudos, cheguei ao resultado final”, salienta.
Pandolfo, que se considera engenhoso, é filho de agricultor, que também se aposentou como carpinteiro. Os irmãos também trabalham com móveis e madeira. “Acho que a criatividade está no sangue”, diz.
Quanto ao equipamento inventado, Pandolfo diz que a intenção era patentear a ideia, contudo, segundo ele, o custo é bastante alto. “Várias pessoas já vieram pedir para comprar, mas não consigo produzir em grande escala. O objetivo mesmo é vender a ideia para alguma empresa que consiga fazer sem que o custo se torne muito alto. Certamente, assim como para mim, o equipamento poderá ajudar muita pessoas, principalmente evitando as dores lombares”, completa.
Texto: Ascom Cruzeiro do Sul