Os visitantes que passaram pela 7ª Expocruzeiro e Festa do Aipim – evento realizado de quarta-feira a domingo (20/11 a 24/11) no Parque Poliesportivo de Cruzeiro do Sul – puderam se deliciar com a grande quantidade de produtos feitos à base de aipim, que eram apresentados no espaço da festa destinado às agroindústrias familiares. Com o apoio da Emater/RS-Ascar, 17 famílias de agricultores e empreendedores ofertaram pães, cucas, roscas, pasteis, bolos, escondidinhos e até cupcakes, lasanhas e sucos, feitos com a planta que é um dos carros-chefes da agricultura familiar do município.
Além de divulgar a gastronomia elaborada com a raiz, os visitantes tinham a oportunidade de conhecer os “Caminhos do Aipim”, que visavam a apresentar todos os processos que envolvem a cadeia produtiva – além das histórias e lendas indígenas que envolvem o cultivo da planta. De acordo com a extensionista da Emater/RS-Ascar Marli Diehl o aipim tem grande importância socioeconômica para Cruzeiro do Sul, sendo produzido por mais de 600 famílias – sendo 135 para comercialização – em uma área total de 350 hectares e quase cinco mil toneladas colhidas por safra.
Já o extensionista da Emater/RS-Ascar Maurício Antoniolli lembra os cuidados para que haja sucesso na produção – e que vão desde uma boa escolha do solo, passando por boas práticas de manejo na lavoura para evitar à erosão, até chegar no plantio adequado de ramas livres de doenças. Em Cruzeiro do Sul, a equipe local procura realizar atividades coletivas como dias de campo, reuniões técnicas e oficinas na busca por qualificar a produção, além de trabalhar diretamente nas propriedades, temas como sanidade das mudas, melhoria da produtividade e manejo do solo.
Produtora de aipim desde a juventude, a aposentada Carmen Jung, da localidade de Boa Esperança, participa da Expocruzeiro desde a sua primeira edição, em 2003. “É algo trabalhoso, mas sempre muito satisfatório, já que podemos divulgar um de nossos mais representativos produtos agrícolas”, ressalta. Responsável por uma padaria de produtos à base de aipim, salienta que nos dias da feira chega a vender mais de três mil roscas grandes feitas com farinha de aipim. “A gente se envolve não é pelo dinheiro e sim pela troca de experiências, pra se integrar e pelo senso de cooperação”, resume.
Já o aposentado da prefeitura Eugênio Pandolfo era só orgulho ao exibir um equipamento que serve para colher a raiz, com o menor trabalho possível. “Quando me aposentei do trabalho na Prefeitura local, queria produzir algum alimento na chácara que mantenho em Linha Primavera, só que comecei a me ver mal na hora de colher os mais de 800 pés cultivados”, explica. A “engenhoca” feita de madeira, parafusos e estruturas de ferro foi o que lhe salvou, após ser diagnosticado com bico de papagaio. “Com esta máquina não é necessária força e sim jeito”, resume, mostrando o movimento que faz a retirada.
Ainda não há números oficiais, mas a Expocruzeiro e a Festa do Aipim costumam reunir uma média de 30 mil pessoas no Parque, que prestigiam feira comercial, industrial e de serviços, apresentações culturais, reuniões técnicas, shows nacionais, parque de diversões e gastronomia típica. Além do público em geral, o evento foi prestigiado por diversas autoridades. Durante a cerimônia de abertura, realizada na última sexta-feira (22/11), a feira contou com a presença de autoridades – entre elas o gerente adjunto da Emater/RS-Ascar, Carlos Lagemann e o supervisor Álvaro Mallmann.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional de Lajeado
Jornalista Tiago Bald