Casos recentes ligam sinal de alerta para doenças.
Recentemente o agente epidemiológico Sidnei Tietze e o médico de família Rafael Mitchell, realizaram palestras para pais ou responsáveis de alunos de todas as Escolas de Ensino Fundamental e Educação Infantil, municipais, de Cruzeiro do Sul. Os educandários do Estado instalados no município também podem ser atendidos, contudo depende de pedido dos mesmos. Na próxima semana será realizado um trabalho na Escola Anita Garibaldi.
Nas palestras até o momento proferidas, os profissionais abordaram questões ligadas ao mosquito Aedes Aegypti, responsável pela transmissão de graves doenças – no caso de estar infectado, e a verminose, que é uma realidade em todos os educandários cruzeirenses.
Mosquito
Sidnei abordou a situação geral do mosquito transmissor da Dengue, Chicungunha e Zika Vírus, em termos de cidade, região e estado, assim como a forma de combate-lo.
O profissional explica que de 2016 até 2019 houve um crescimento de 400% em termos de cidades infestadas com o mosquito em nossa região. “Em 2016 tínhamos quatro cidades com a presença do inseto e hoje estamos com 19 em nossa região. Em Cruzeiro o Aedes Aegypti teve o primeiro foco detectado em 2018”, observa.
Além disso, Tietze destaca que houveram dois casos suspeitos de Dengue em Cruzeiro, contudo, não se confirmaram. “A população precisa se conscientizar que precisamos cada vez mais lutar contra a proliferação desse inseto, pois a sua procriação é muito rápida e, além disso, um mosquito infectado com alguma doença irá procriar milhares de filhotes já contaminados”, frisa
Vermes
O doutor Rafael Mitchell falou com os presentes sobre a questão da verminose, que é uma realidade no município. O profissional explica que passou a se prestar mais atenção na questão dos vermes, quando uma criança cruzeirense ficou gravemente doente e não se chegava ao diagnóstico correto. “Após diversos exames realizados em Porto Alegre e até mesmo se cogitar a possibilidade de leucemia, chegou-se ao resultado de uma grave verminose, a qual foi transmitida pelo cachorro. “Posteriormente descobrimos que a criança tinha o hábito de beijar o cachorro na região da boca, acarretando na transmissão. Foi uma luta árdua, mas conseguimos salvar o paciente”, frisa.
Esse caso fez com que o médico passasse a atentar mais sobre a possibilidade de verminose entre a comunidade, tendo em vista ser algo de fácil proliferação. Além disso, o Hospital de Clinicas de Porto Alegre sugeriu uma revisão epidemiológica, o que ainda está sendo feito.
Mitchell acrescenta que dividiu seu trabalho sobre os vermes em três fases: na primeira foi feita uma pesquisa em todas as escolas municipais, sendo constatado que em 100% haviam alunos com algum tipo de verme. Em alguns educandários era uma realidade em todas as turmas. Em um único educandário haviam 34 alunos contaminados. Na segunda fase foi realizada a palestra de orientação para os pais. E na terceira fase será trabalhado com os próprios alunos, nas escolas.
Além disso, o médico, através da Secretaria Municipal da Saúde e Saneamento, já encaminhou um pedido de verba para o estado, para realizar um tratamento em todos os alunos da rede municipal. “Já é certo que nas Emeis iremos realizar ainda no inverno”, diz.
Contaminação
O médico acrescenta que o verme é contraído, principalmente, pela má higiene. Mas também pode ser por meio da contaminação da água e a eliminação de fezes fora do ambiente correto, ou seja, em locais que não seja no banheiro.
Em Cruzeiro os vermes mais comuns são o Ascaris e Giárdia. Os sintomas mais presentes são: dor de barriga; diarreia; náuseas; gazes; barriga grande; emagrecimento; e anemia. Ainda, coceira anal no caso de ser Oxiúros.
Cuidados
Rafael Mitchell salienta que para evitar a contaminação as pessoas devem: lavar bem as mãos com uso de sabão ou sabonete; eliminar as fezes no banheiro e ao dar descarga baixar a tampa do vazo sanitário; no caso de usar banheiro público, procurar limpar a tampa do vazo antes de sentar; lavar bem frutas e verduras; não deixar animais perto de lavouras; consumir carnes bem assadas; no caso de consumir carne mal passado, certificar-se que o animal é vacinado; e na dúvida, no caso de algum sintoma, sempre procurar um médico.
Assessoria de Imprensa de Cruzeiro do Sul