A Emater/RS-Ascar de Arvorezinha está lançando neste mês um projeto que visa a incentivar produtores de erva-mate a adotar sistemas agroflorestais, também conhecidos como sombreados, em seus ervais. “A intenção é fomentar o cultivo de um produto diferenciado e certificado, que estimula a preservação ambiental e a recomposição de sistemas degradados”, explica o extensionista da Emater/RS-Ascar, Julio Marcon. Essa condição, de acordo com Marcon, também reduziria a penosidade no trabalho, agregaria valor ao produto e melhoraria o equilíbrio ecológico do sistema.
O extensionista salienta que o sistema agroflorestal é uma bandeira levantada por várias entidades que trabalham com o setor ervateiro, especialmente pela redução do uso de produtos químicos no processo, o que melhora a conservação do solo e da água, estimula a permanência do jovem no campo e ainda garante qualidade de vida para os envolvidos. “Só que, ainda assim, o sombreamento de ervais é visto com resistência pelos agricultores”, avalia Marcon. “Nesse sentido, a principal reclamação seria a de que as plantas perdem massa foliar, o que reduziria a renda das propriedades”, pondera.
“Só que a intenção é a de ‘quebrar’ essa lógica, já que são muitos os benefícios de produzir uma erva-mate de mais qualidade”, reforça a extensionista da Emater/RS-Ascar, Rafaela Czermaneski. Nesse sentido, a Emater/RS-Ascar, com o apoio da Afubra, da Cooperativa Sicredi e das indústrias ervateiras, está oferecendo um incentivo de R$ 230,00 por hectare, que corresponde ao valor das mudas. “A meta inicial é beneficiar cem propriedades com a implantação de um hectare em cada, com a possibilidade de ampliação da área”, esclarece Rafaela.
Produtores interessados podem procurar o Escritório da Emater/RS-Ascar de Arvorezinha para inscrição. Marcon lembra que a adoção do sistema de produção envolve quebra de paradigmas, já que serão implantadas 80 mudas por hectare. “Muitos agricultores associam o sombreamento à redução da produção, sem entender que os benefícios compensam a perda de massa foliar”, frisa o extensionista, lembrando que a planta, em seu habitat natural, tem uma qualidade muito maior. A Emater/RS-Ascar atua em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional de Lajeado
Jornalista Tiago Bald