A possibilidade de extinção da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) e a manutenção da unidade em Lajeado está mobilizando as lideranças do Vale do Taquari. Na próxima quarta-feira (17), às 13h30min, na Câmara de Vereadores de Lajeado, haverá uma assembleia ampliada da Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) para discutir o assunto, com a participação de prefeitos, vereadores, secretários da saúde, representantes dos hospitais, profissionais da saúde, do Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat), Consórcio Intermunicipal de Saúde (Consisa), entre outras entidades. Para as lideranças regionais, a extinção da 16ª CRS pode levar a vários problemas, como o enfraquecimento da regionalização e descentralização do Sistema Único de Saúde; fragilidade dos serviços de referência pactuados, atingindo os hospitais de médio e grande porte, e até a descontinuidade do Consisa.
Citam também que maiores distâncias – a intenção do governo é centralizar o órgão em Santa Cruz do Sul – exigirão número maior de diárias, mais gastos com combustível, manutenção de veículos, motoristas e pedágios, tanto para o Estado quanto para os municípios, dificultando ações que poderiam ser realizadas somente em um turno. Citam, ainda, que haverá perda na agilidade da distribuição e remanejamento de insumos e medicamentos que, em muitos casos, são distribuídos de forma individualizada, a partir de demandas não previstas. “O distanciamento geográfico e a ausência de momentos de encontros resultarão na dificuldade em reconhecer e trabalhar sobre as reais demandas dos municípios, podendo enfraquecer o apoio para a implementação dos programas norteadores do Ministério e da Secretaria Estadual da Saúde.”
No entendimento dos profissionais da área, a vigilância da qualidade dos serviços de saúde e estabelecimentos, bem como o acompanhamento de endemias, epidemias e controle de riscos à saúde serão onerados pela distância, comprometendo o monitoramento e avaliação sistemáticos. Nestas situações a CRS é quem coordena, monitora e capacita as equipes. Segundo eles, a distância entre os servidores da regional e as equipes municipais dificultará a promoção de encontros entre os municípios, a troca de experiências e o suporte técnico. Eles alertam, por fim, que os prestadores de serviço correm o risco de ser preteridos na distribuição de incentivos e referências, tendo a sede em outra região, e a saída do Laboratório Regional da região comprometerá e dificultará a realização de análises de água, exames laboratoriais (que terão que ser transportados para outra região) e a identificação de larvas do Aedes Aegypti e albopictus.
Texto: Ascom Amvat