Como parte da programação do 28º Natal Açoriano – evento que ocorre de 06 a 15 de dezembro em Taquari -, a Emater/RS-Ascar e a Prefeitura, com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) e do Sindicato Rural, realizou nesta quarta-feira (11/12), na Praça da Bandeira, o primeiro Seminário de Agricultura Familiar. O evento, com público superior a 70 pessoas, contou com diversas palestras e painéis com o objetivo de apresentar alternativas de diversificação para a agricultura familiar, especialmente em um município que tem no cultivo de floresta – como no caso de áreas de eucalipto -, a sua principal matriz produtiva.
Ao apresentar painel com informações sobre o município, a extensionista da Emater/RS-Ascar Ana Desconsi reforçou o fato de o Seminário servir de estímulo para que as famílias invistam em outros cultivos, que possam retirá-los da monocultura. “A intenção é fazer uma reflexão sobre o modelo de agricultura que aqui é feito e que pode enfrentar dificuldades”, salientou Ana. “Nesse sentido, acredita-se de que a diversificação possa, inclusive, contribuir para a sucessão rural e para novas fontes de renda, com qualidade de vida, levando-se em conta a realidade local”, ponderou o supervisor da Emater/RS-Ascar Fábio Encarnação.
Durante a atividade, os representantes da Emater/RS-Ascar Lauro Bernardi, João Sampaio e o já citado Fábio Encarnação, salientaram o potencial de Taquari para investimentos em fruticultura, olericultura, piscicultura, avicultura e apicultura – alternativas pouco adotadas pelas famílias do município. Engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Bernardi lembrou o fato de 90% dos produtos agrícolas consumidos na região, ainda serem obtidos na Ceasa/RS. “E a produção local, sabemos, oferece alimento fresco, de qualidade, com procedência e seguro, além de gerar renda, emprego e oportunidades”, enfatizou.
Indo ao encontro da fala de Bernardi, o representante da cooperativa Languiru, Geferson Reis destacou o Programa de Inclusão Social e Produtiva no Campo (PISPC) – operacionalizado em parceria com a Emater/RS-Ascar, que estimula especialmente os produtores de leite, a investirem em hortas e pomares que possibilitarão a entrega de hortaliças e fruras para os mercados da cooperativa. “São muitas as alternativas que podem ser viabilizadas, observando-se o tipo de solo, a disponibilidade de água e de mão de obra e a programação, para que haja constância e qualidade na oferta”, reforçou Bernardi.
Participando do Seminário para apresentar a sua experiência, o jovem agricultor Leonardo Schneider, de Brochier, contou como transformou a sua propriedade em uma referência no cultivo do maracujá azedo – em um município que é reconhecido pela produção de carvão vegetal. Em sua fala, contou a história que iniciou há três anos, quando ainda na faculdade, pegou algumas sementes para plantio em uma área de testes. “Um ano depois já colhia frutas de qualidade, com ampla demanda e preço justo”, afirma Schneider, que hoje tem mil pés de maracujá na propriedade, que renderam mais de 5,5 toneladas da fruta na última safra.
Outra produtora, Ana Maria da Rosa, da localidade de Amoras, em Taquari, presenteou os palestrantes com e tomates orgânicos, que integravam um kit que continha ainda couve-folha, alface, rúcula, pão e mel. “Me orgulho em dizer que era plantadora de fumo há mais de dez anos e hoje tenho toda a minha produção limpa”, celebrou. Como forma de estimular os presentes, disse que é possível começar aos poucos para, mais para a frente, afazer outros investimentos. Em sua fala também valorizou o papel da extensão rural no processo. “São eles que levam as tecnologias, o conhecimento até nós”, finalizou.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional de Lajeado
Jornalista Tiago Bald