Ao afirmar que quer fazer um governo que busque a unificação do país, com a oportunidade sendo dada a todos e usando um tom mais moderado do que o que foi usado em sua campanha, Donald Trump surpreendeu muita gente que esperava uma hecatombe mundial. Talvez o que muitos que estão fora da realidade americana tenham deixado de perceber, é que a população daquele país estava cansada de práticas que não estavam satisfazendo o estilo de vida e não permitiam que o “sonho americano” fosse possível há muito tempo.
Pois bem, está aí Trump e suas imprevisíveis atitudes. O Brasil, assim como o resto do mundo espera que as ações do novo homem mais poderoso do planeta sejam voltadas ao desenvolvimento global de forma respeitosa com a humanidade. O maior medo de todos é que o homem que acha que pode tudo, não seja somente um personagem criado para ganhar eleições e passe a agir assim na Casa Branca.
Mas e o que o Brasil tem a ver com isso? Simples, a economia mundial, e o Brasil junto, depende do comportamento das grandes potências mundiais como os EUA para se desenvolver e até mesmo para sobreviver. Desde o pequeno produtor até as grandes potências, todos podem perder ou ganhar dependendo do rumo que a política econômica americana tomar.
Ao afirmar que todos os americanos terão sua chance de empreender e desenvolver seu sonho, Trump pode ter dado uma pista interessante de que tipo de ações poderá ter em relação ao mercado interno e externo. E isso interessa e influencia em muito a nossa vida. Por exemplo, se a posição política adotada em seu governo em relação a economia local for de protecionismo, com altas taxas impostas a produtos importados pelos EUA, o mercado mundial perde já que o potencial cliente dificultará a entrada de produtos externos, ou seja, os nossos produtos. Se por outro lado ele agir como em seu discurso de vitória, com a retomada da produção plena, a geração de novos empregos e a abertura de mercado, obviamente a economia mundial, e consequentemente a nossa, será aquecida.
Que muitos outros fatores são importantíssimos na construção de uma nação isso não tenho dúvida, o respeito a outras culturas, a humanidade, a cultura local, instituições respeitadas, etc. são essenciais para tornar forte um povo e um país. Mas no momento atual, na era da globalização e do neoliberalismo econômico, é inevitável que pensemos em desenvolvimento financeiro para podermos retomar o desenvolvimento humano e social. Afinal, tudo depende da economia e da riqueza. O poder veio sempre disso, e é na busca de voltar a ser a mais poderosa nação mundial que os EUA podem ajudar ou atrapalhar ainda mais a nossa vida.
Boa semana!
Fredi Camargo – Cientista Político
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