Uma parceria entre a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), a Vara de Execuções Criminais de Santa Maria e a equipe técnica da Penitenciária Estadual de Santa Maria (PESM), que coordena a capacitação teórica do projeto ‘Produzindo Qualificações’, vai viabilizar a produção de seis toneladas de ração ao ano, destinadas aos cães que auxiliam em operações de revistas em presídios da 2ª Região Penitenciária, em Santa Maria.
A fábrica virou referência de inclusão social e de práticas efetivas no tratamento dos cães, que passam a consumir uma alimentação inspecionada diretamente pelo médico veterinário. O trabalho tira os apenados do ócio da cela e os aproxima da comunidade. Em quase um mês, já foram produzidos mais de 200 quilos de ração.
Capacitação e alimentação
A capacitação para a produção de ração acontece das 9h30 às 11h30, das 13h às 18h, de segunda a sexta-feira. As aulas são divididas em teóricas e práticas, ministradas por acadêmicos da universidade e grupos desenvolvidos por psicólogos, assistentes sociais e advogados da equipe técnica da PESM. Até o mês de agosto, mais 30 presos serão capacitados.
A ideia surgiu como alternativa para as dificuldades financeiras. O projeto de produção de ração foi cadastrado na 3ª Vara de Execuções Criminais (VEC), da Comarca de Santa Maria, que conseguiu os recursos para comprar os ingredientes até fevereiro de 2017.
Há planos de expandir a produção para o restante do Estado. No momento, o objetivo é comprar uma máquina extrusora de ração canina, que custa em torno de R$ 90 mil, e produz entre 70 e 80 quilos de ração por hora. “A produção de ração na casa prisional, além de ser muito mais econômica, proporciona um alimento de maior valor nutricional e, consequentemente, uma melhora na saúde e desempenho dos cães. Outro fator importante é a inclusão dos presos”, explica o delegado penitenciário da 2ª DPR, Anderson Porchnow.
Cuidado com os cães
A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) abriu licitação para aquisição de 28.450 kg de ração canina, para garantir alimentação durante seis meses aos demais cães chipados na instituição. Nenhum estabelecimento do estado registrou morte de seus cães de guarda por falta de alimentação ou maus tratos.
Além da PESM que produz ração, os apenados do Presídio de Pelotas constroem casinhas para cachorros abandonados nas ruas. As doações de telhas, madeira e pregos são oferecidas pela comunidade local.
Texto: Ascom Estado