Ao pensarmos na palavra felicidade e recorrermos a um dicionário vamos nos deparar com um conceito de momento de bem-estar e contentamento, com emoções e sentimentos de satisfação. Este conceito é relativo, pois depende de inúmeros fatores pessoais, sendo que é único para cada um. Felicidade para determinada pessoa pode não ser para outra. O trabalho, da mesma forma, desperta nas pessoas diferentes tipos de significados e sentimentos. Mesmo sendo uma necessidade, algumas pessoas conseguem transformar seus empregos em prazer e realização pessoal.
Mas por que nem todas as pessoas são felizes no trabalho? Para desvendar a resposta desta pergunta, cada um precisa investigar mais a fundo o que está buscando em suas atividades e o que concretiza de fato.
Os seres humanos encontram-se em diferentes estágios ou fases de vida, independente de faixa etária. Para Abraham Maslow(1970) há, por exemplo, pessoas que se sentem felizes na vida em atender simplesmente as necessidades básicas dos seres humanos, que são comida, ter um local para dormir e sexo. Algumas precisam um pouco mais que isso, buscam satisfazer sua urgência de proteção e conforto ao manter intenso contato com suas famílias ou dando grande importância a uma casa aconchegante ou a um emprego que seja estável e duradouro. Outros já precisam ir além disso, pois desejam relações pessoais profundas, valorizam um relacionamento amoroso, ter amigos e vida social. Além disso, há quem busque desenvolver sua autoestima e se sente bem vivendo em um ambiente com confiança, onde possa respeitar as outras pessoas e se sinta respeitado. E por último, existem algumas pessoas que se sentem felizes somente quando sua vida faz sentido, quando vivem experiências novas, quando são desafiadas pela vida a crescer, quando são aceitas e atingem sua autorealização.
A vida de cada sujeito, para Maslow, encontra-se em uma das cinco fases acima. O mundo ao seu redor cria significação de acordo com seus reais desejos e isso é o que gera verdadeiramente felicidade. O trabalho, como parte da vida, também se enquadra nestas fases. Para alguns o trabalho em qualquer lugar, desde que seja estável, o deixa contente; para outros é preciso além do trabalho ter amizades; e outros ainda necessitam sentirem-se desafiados e estimulados a crescer para que possam ser alegres no que desenvolvem. Assim cada indivíduo estabelece uma relação pessoal com seu trabalho.
A sensação de bem-estar e felicidade que surge no nosso dia-a-dia é uma consequência da interpretação que se faz do meio onde se está inserido. Os acontecimentos deste meio refletem sobre cada pessoa, sobre a sua personalidade e fazem com que ela interprete de forma positiva ou negativa o que está presenciando. É assim que a felicidade torna-se um conceito individual e a relação com o trabalho também, já que está de acordo com suas necessidades, anseios, seus próprios valores e prioridades.
Somos todos diferentes, não há como julgar como certo ou errado cada cidadão, ou a forma como decide tocar sua vida. Importante é ver o outro com respeito, principalmente pela suas escolhas, pois para determinada pessoa faz sentido suas realizações no momento que está vivendo. É interessante olharmos mais para nós mesmos e pensarmos o quanto existe de significado no que estamos realizando e se somos satisfeitos de verdade com isso. Nunca é tarde para fazer o que se gosta, portanto cada um é responsável por caminhar em busca da sua própria felicidade.
Boa semana!!
Carol Sofia é Psicóloga e Especialista em Gestão e Docência de Ensino Superior.